quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Livro Diários do Vampiro - O Despertar: 6º Capítulo

Capítulo Seis


26 de setembro
Querido Diário,
Sinto muito ter passado tanto tempo, e eu não posso realmente explicar porque não escrevi – exceto que há tantas coisas que eu tenho medo de falar, até mesmo com você.
Primeiro, a coisa mais horrível aconteceu. No dia que Bonnie e Meredith e eu estávamos no cemitério, um velho foi atacado lá, e quase morreu. A polícia ainda não achou a pessoa que fez isso. As pessoas acham que o velho é louco, porque quando ele acordou ele começou a delirar sobre “olhos no escuro” e árvores de carvalho e coisas. Mas eu me lembro do que aconteceu conosco naquela noite, e me pergunto. Isso me assusta.

Todos ficaram assustados por um tempo, e toda a garotada teve que ficar dentro de casa depois de escurecer ou sair em grupos.
Mas já se passou quase três semanas agora, e não houve mais ataques, então a animação está se acabando. Tia Judith diz que deve ter sido algum outro vagabundo que o fez. O pai de Tyler Smallwood até mesmo sugeriu que o velho pode ter feito isso à ele mesmo – mas eu quero ver alguém se morder no pescoço.
Mas na maior parte eu estive ocupada com o Plano B. Até agora, está indo bem. Eu recebi diversas cartas e buquês de rosas vermelhas de “Jean-Claude” (o tio de Meredith é um florista), e todo mundo parece ter esquecido que eu já me interessei pelo Stefan. Então minha posição social está segura. Até mesmo Caroline não tem criado nenhum problema.
De fato, eu não sei o que Caroline está fazendo esses dias, e eu não ligo. Eu nunca mais a vejo no almoço ou depois da escola; ela parece ter se afastado completamente de sua antiga multidão.
Há somente uma coisa sobre a qual eu ligo agora. Stefan.
Até Bonnie e Meredith não percebem o quão importante ele é para mim. Eu tenho medo de contar à elas; eu tenho medo que elas achem que eu sou louca. Na escola eu uso uma máscara de tranqüilidade e controle, mas do lado de dentro – bem, a cada dia só piora.
Tia Judith começou a se preocupar comigo. Ela diz que eu não como o suficiente nos últimos dias, e ela está certa.
Eu não consigo me concentrar nas aulas, ou mesmo em algo divertido como a festa para arrecadação de fundos Casa Assombrada. Eu não consigo concentrar em nada além dele. E eu nem mesmo entendo porque.
Ele não falou comigo desde aquela tarde horrível. Mas eu vou te contar algo estranho. Semana passada na aula de história, eu olhei para cima e o peguei olhando para mim. Nós estávamos sentados há alguns assentos de diferença, e ele estava virado completamente para o lado em sua mesa, simplesmente olhando. Por um momento eu me senti quase assustada, e meu coração começou a golpear, e nós simplesmente encaramos um ao outro – e então ele desviou o olhar. Mas desde então aconteceu mais duas vezes, e em cada vez eu senti seus olhos em mim antes que eu os visse. Essa é a verdade literal. Eu sei que não é minha imagianação.
Ele não é como qualquer outro garoto que eu já conheci.
Ele parece tão isolado, tão solitário. Apesar disso ser uma escolha própria. Ele foi um sucesso no time de futebol, mas ele não anda com nenhum dos garotos, exceto talvez Matt. Matt é o único com quem ele fala. Ele não anda com nenhuma garota, tampouco, que eu veja, então talvez o rumor de policial da narcóticos esteja fazendo um bem. Mas é mais como se ele estivesse evitando as pessoas do que elas estivessem evitando-o. Ele desaparece entre as aulas e depois do treino de futebol, e eu nunca o vi uma vez sequer na cantina. Ele nunca convidou ninguém para seu quarto na pensão. Ele nunca visitou a cafeteria depois da escola.
Então como eu posso conseguir que ele fique em um lugar onde não poderá correr de mim? Esse é o verdadeiro problema com o Plano B. Bonnie diz, “Por que não ficar presa em um temporal com ele, então vocês terão que se aninhar juntos para conservar calor corporal?” E Meredith sugeriu que meu carro quebrasse na frente da pensão. Mas nenhuma dessas idéias é conveniente, e eu estou enlouquecendo tentando bolar algo melhor.
A cada dia está piorando para mim. Eu me sinto como se fosse um relógio ou algo do tipo, dando corda cada vez mais. Se eu não achar algo para fazer logo, eu vou –
Eu ia dizer “morrer.”


A solução chegou à ela bem repentina e simplesmente.
Ela sentiu pena de Matt; ela sabia que ele se magoara com o rumor Jean-Claude. Ele mal tinha falado com ela desde que a história vazou, geralmente passando por ela com um rápido aceno de cabeça. E quando ela o encontrou um dia em um corredor vazio do lado de fora de Escrita Criativa, ele não encontrava os olhos dela.
“Matt—” ela começou. Ela queria dizer à ele que não era verdade, que ela nunca teria começado a se encontrar com outro garoto sem dizer à ele primeiro. Ela queria dizer à ele que nunca quisera magoá-lo, e que ela se sentia horrível agora. Mas ela não sabia como começar. Finalmente, ela simplesmente disse sem pensar, “Sinto muito!” e se virou para ir para aula.
“Elena,” ele disse, e ela se virou. Ele estava olhando para ela agora, pelo menos, seus olhos prolongando-se nos lábios dela, em seu cabelo. Então ele balançou sua cabeça como se para dizer que ele era a piada. “Esse cara francês é de verdade?” ele exigiu finalmente.
“Não,” Elena disse imediatamente e sem hesitação. “Eu o inventei,” ela acrescentou simplesmente, “para mostrar para todo mundo que eu não estava aborrecido por causa–” Ela parou abruptamente.
“Por causa do Stefan. Eu entendo.” Matt concordou, parecendo tanto ameaçador quanto de algum jeito mais compreensivo. “Olha, Elena, aquilo foi bem babaca dele. Mas eu não acho que foi pessoal. Ele é desse jeito com todo mundo–”
“Exceto você.”
“Não. Ele fala comigo, às vezes, mas não sobre nada pessoal. Ele nunca diz nada sobre a sua família ou o que ele faz fora da escola. É como – como se tivesse uma parede ao redor dele que eu não posso passar. Eu não acho que ele já deixou alguém passar aquela parede. O que é uma baita pena, porque eu acho que por trás dela ele está miserável.”
Elena ponderou isso, fascinada por uma visão de Stefan que ela nunca havia consderado antes. Ele sempre parecera tão controlado, tão calmo e despreocupado. Mas também, ela sabia que ela mesma parecia desse jeito para as outras pessoas.
Seria possível que embaixo de tudo ele era tão confuso e infeliz quanto ela?
Foi então que a idéia veio, e era ridiculamente simples. Sem planos complicados, sem temporais ou carros quebrando.
“Matt,” ela disse, lentamente, "não acha que seria uma coisa boa se alguém fosse para trás daquela parede? Uma coisa boa para o Stefan, quero dizer? Você não acha que essa seria a melhor coisa que poderia acontecer à ele?
Ela olhou para ele intensamente, querendo que ele entendesse.
Ele a encarou por um momento, então fechou seus olhos brevemente e balançou sua cabeça em descrença. “Elena,” ele disse, “você é inacreditável. Você torce as pessoas com o seu dedo, e eu não acho que você ao menos sabe que está fazendo isso. E agora você vai me pedir para fazer algo para emboscar Stefan, e eu sou um bundão tão idiota que eu posso até mesmo concordar com isso.”
“Você não é idiota, você é um cavalheiro. E eu quero te pedir um favor, mas só se você achar que é certo. Eu não quero magoar Stefan, e eu não quero magoar você.”
“Não quer?”
“Não. Eu sei como isso deve soar, mas é verdade. Eu só quero–” ela parou abruptamente de novo. Como ela podia explicar o que ela queria quando nem ela mesma entendia?
“Você só quer todos e tudo girando ao redor de Elena Gilbert,” ele disse amargamente. “Você só quer tudo que não tem.”
Chocada, ela deu um passo para trás e olhou para ele. Sua garganta inchou, e calor se reuniu em seus olhos.
“Não,” ele disse. “Elena, não fique assim. Sinto muito.” Ele suspirou. “Tudo bem, o que eu tenho que fazer? Atá-lo e jogá-lo na sua entrada?”
“Não,” disse Elena, ainda tentando fazer com que as lágrimas voltassem para onde pertenciam. “Eu só queria que você fizesse com que ele fosse para o Baile de Boas-Vindas semana que vem.”
A expressão de Matt era estranha. “Você só quer que ele esteja no baile.”
Elena concordou.
“Tudo bem. Eu tenho quase certeza que ele estará lá. E, Elena... não há ninguém que eu queira levar além de você.”
“Tudo bem,” disse Elena após um momento. “E, bem, obrigada.”
A expressão de Matt ainda estava peculiar. “Não me agradeça, Elena. Não é nada... mesmo.” Ela estava tentando decifrar isso quando ele se virou e caminhou pelo corredor.


“Fique parada,” disse Meredith, dando ao cabelo de Elena uma contorção reprovadora.
“Eu ainda acho,” disse Bonnie do assento da janela, “que ambos estavam maravilhosos.”
“Quem?” Elena murmurou distraidamente.
“Como se não soubesse,” disse Bonnie. “Esses seus dois caras que conseguiram um milagre de último minuto no jogo ontem. Quando Stefan pegou aquele último passo, eu achei que ia desmaiar. Ou vomitar.”
“Ah, por favor,” disse Meredith.
“E Matt – aquele garoto é simplesmente poesia em ação...”
“E nenhum deles é meu,” Elena disse categoricamente. Debaixo dos dedos experts de Meredith, seu cabelo estava se tornando um objeto de arte, uma massa suave de um dourado torcido. E o vestido era legal; a cor violeta-gelo destacava o violeta em seus olhos. Mas mesmo para si mesma ela parecia pálida e dura, não levemente corada com animação mas branca e determinada, como um soldado muito jovem sendo mandado à linha de combate.
De pé no campo de futebol americano ontem quando seu nome foi anunciado como Rainha das Boas-Vindas, havia apenas um pensamento em sua mente. Ele não podia se recusar a dançar com ela. Se ele fosse para o baile de algum jeito, ele não podia recusar a Rainha das Boas-Vindas. E de pé em frente ao espelho agoa, ela disse isso para si mesma.
“Hoje à noite qualquer um que você quiser será seu,” Bonnie estava dizendo tranqüilizantemente. “E, escuta, quando você se livrar do Matt, posso pegá-lo e confortá-lo?”
Meredith bufou. “O que Raymond vai pensar?”
“Oh, você pode confortar ele. Mas, sério, Elena, eu gosto do Matt. E uma vez que você vai se concentrar no Stefan, o seu ménage à trois vai ficar um pouco lotado. Então...”
“Oh, faça o que quiser. Matt merece um pouco de consideração.” Ele certamente não está conseguindo comigo, Elena pensou. Ela ainda não podia exatamente acreditar no que estava fazendo com ele. Mas bem agora ela não podia se dar ao luxo de duvidar de si mesma; ela precisava de toda a sua força e concentração.
“Pronto.” Meredith pôs o último prendedor no cabelo de Elena. “Ora, olhe para nós, a Rainha das Boas-Vindas e sua corte - parte dela, de qualquer jeito. Nós estamos lindas.”
“Esse é o ‘nós’ real*?” Elena disse zombateiramente, mas era verdade. Elas estavam lindas. O vestido de Meredith era um arrebatamento puro de cetim vermelho-vinho, preso apertadamente na cintura e fluindo em pregas no quadril. Seu cabelo escuro estava solto em suas costas. E Bonnie, enquanto se levantava e se juntava às outras na frente do espelho, era como uma presentinho cintilando em tafetá rosa e lantejoulas pretas.
* do original 'royal we'. É o uso do pronome 'nós' para se referir à uma única pessoa, alguém que tem um alto cargo, geralmente um monarca, bispo, papa, reitor.
E quanto a si mesma... Elena escaneou sua imagem com um olho experiente e pensou novamente, O vestido é legal. A única outra frase que veio à sua mente foi violetas cristalizadas. Sua avó tinha mantido um pequeno jarro delas, flores de verdade mergulhadas em açucar cristalizado e congeladas.
Elas desceram as escada juntas, como tinham feito em cada baile desde a sétima série – exceto que antes, Caroline sempre esteve com elas. Elena percebeu com débil surpresa que ela nem mesmo sabia com quem Caroline estava indo hoje à noite.
Tia Judith e Robert – em breve tio Robert – estavam na sala de estar, junto com Margaret de pijama.
“Ah, vocês meninas estão todas adoráveis,” disse tia Judith, tão agitada e animada como se ela própria fosse ao baile. Ela beijou Elena, e Margareth levantou seus braços para um abraço.
“Você está bonita,” ela disse com a simplicidade dos quatro anos.
Robert estava olhando para Elena, também. Ele piscou, abriu sua boca, e fechou-a de novo.
“Qual o problema, Bob?”
“Em. Ele olhou para tia Judith, parecendo embaraçado. “Bem, na verdade, acabou de me ocorrer que Elena é uma forma do nome Helena. E por alguma razão eu estava pensando em Helena de Tróia.”
“Linda e amaldiçoada,” disse Bonnie alegremente.
“Bem, sim,” disse Robert, nãoa parecendo nem um pouco feliz. Elena não disse nada.
A campainha tocou. Matt estava no degrau, em seu familiar casaco azul esportivo. Com ele estavam Ed Goff, o par de Meredith, e Raymond Hernandez, o de Bonnie. Elena procurou por Stefan.
“Ele provavelmente já está lá,” disse Matt, interpretando seu olhar. “Escute, Elena–”
Mas o que quer que ele fosse dizer foi cortado pela conversa dos outros casais. Bonnie e Raymond foram com eles no carro de Matt, e mantiveram uma corrente constante de gracejos todo o caminho até a escola.
Música fluia pelas portas abertas do auditório. A medida em que Elena saia do carro, uma certeza curiosa passou por ela. Algo ia acontecer, ela percebeu, olhando para o volume quadrado do prédio da escola. O pacífica marcha lenta das últimas semanas estava para engrenar em rápida.
Estou pronta, ela pensou. E esperou que fosse verdade.
Dentro, era um caleidoscópio de cor e atividade. Ela e Matt foram cercados por uma multidão no instante em que entraram, e choveram elogios para ambos. O vestido de Elena... seu cabelo… suas flores. Matt era uma lenda em formação: outro Joe Montana, uma aposta certeira para uma bolsa de estudos atlética.
No giro estonteante que deveria ser a vida e a respiração para ela, Elena continuou procurando por uma cabeça escura.
Tyler Smallwood estava respirando ofegantemente nela, cheirando à ponche e champagne e chiclete Doublemint. Seu par parecia homicida. Elena o ignorou na esperança de que fosse embora.
Sr. Tanner passou com um copo de papel mole, parecendo que seu colarinho estava estrangulando-o. Sue Carson, a outra princesa de boas-vindas veterana, moveu-se esvoaçantemente e arrulhou-se sobre o vestido violeta. Bonnie já estava na pista de dança, brilhando debaixo das luzes. Mas em lugar algum Elena via Stefan.
Mais um sopro de Doublemint e ela iria passar mal. Ela cutucou Matt e eles escaparam para a mesa de refrescos, onde o Treinador Lyman iniciou uma crítica ao jogo. Casais e grupos iam até eles, passando alguns minutos e então se retirando para abrir espaço para os próximos na fila. Exatamente como se realmente fossemos realeza, pensou Elena selvagemente. Ela olhou para os lados para ver se Matt dividia seu divertimento, mas ele estava olhando fixamente para sua esquerda.
Ela seguiu seu olhar. E lá, parcialmente oculto atrás de um grupo de jogadores de futebol americano, estava a cabeça escura pela qual ela estivera procurando. Inconfundível, mesmo nessa turva luz. Uma excitação passou por ela, mais de dor do que qualquer outra coisa.
“E agora?” disse Matt, sua mandíbula imóvel. “O atamento?”
“Não. Eu vou chamá-lo para dançar, é só. Eu esperarei até termos dançado primeiro, se você quiser.”
Ele balançou sua cabeça, e ela foi em direção à Stefan através da multidão.
Pedaço por pedaço, Elena registrou informação sobre ele a medida em que se aproximava. Seu blazer preto era de um corte levemente diferente dos outros garotos, mais elegante, e ele usava um suéter branco de caxemira por baixo.
Ele estava parado de pé, não se inquietando, um pouco afastado dos grupos ao seu redor. E, apesar de poder ver somente seu perfil, ela pôde ver que ele não estava usando seus óculos.
Ele os tirava no futebol americano, é claro, mas ela nunca o vira de perto sem eles. Isso a fez se sentir tonta e animada, como se isso fosse um baile de máscaras e a hora de tirar as máscaras tivesse chegado.
Ela se focou no ombro dele, na linha de sua mandíbula, e então ele se virou em direção à ela.
Nesse instante, Elena estava ciente de que era bonita. Não era só o vestido, ou o jeito como seu cabelo estava. Ela era bonita por si só: magra, imperial, uma coisa feita de seda e fogo interior. Ela viu seus lábios se separarem levemente, reflexivamente, e então ela olhou em seus olhos.
“Olá.” Era essa sua própria voz, tão silenciosa e segura de si? Seus olhos eram verdes. Verdes como folhas de carvalho no verão. “Você está se divertindo?” ela perguntou.
Agora eu estou. Ele não disse isso, mas ela sabia que era isso que ele estava pensando; ela podia ver no jeito como ele a encarava. Ela nunca esteve tão certa de seu poder. Exceto que na verdade ele não parecia que estava se divertindo; ele parecia abatido, com dor, como se não pudesse suportar nem mais um minuto disso.
A banda estava começando, uma música lenta. Ele ainda estava encarando-a, absorvendo-a. Aqueles olhos verdes se escurecendo, ficando pretos com desejo. Ela teve a repentina sensação de que ele poderia puxá-la para si e beijá-la duramente, sem ao menos dizer uma palavra.
“Você gostaria de dançar?” ela disse suavemente. Estou brincando com fogo, com algo que não entendo, ela pensou repentinamente. E nesse instante ela percebeu que estava aterrorizada. Seu coração começou a bater violentamente. Era como se aqueles olhos verdes falassem com alguma parte dela que estava enterrada bem abaixo da superfície – e aquela parte estava gritando “perigo” para ela. Algum instinto mais velho que a civilização estava dizendo à ela para correr, para fugir.
Ele nunca se moveu. A mesma força que a estava aterrorizando a estava segurando lá. Isso está fora de controle, ela pensou repentinamente. O que quer que estivesse acontecendo aqui está longe de seu entendimento, não era nada normal ou são. Mas não dava para parar agora, e mesmo enquanto estava assustada ela estava se deleitando com isso. Era o momento mais intenso que ela já tinha experenciado com um garoto, mas nada estava acontecendo. Ele estava apenas olhando para ela, como se estivesse hipnotizado, e ela estava olhando de volta, enquanto a energia cintilava entre eles como lampejos de calor.
Ela viu seus olhos se escurecerem, derrotados, e sentiu o pulo selvagem de seu próprio coração enquanto ele lentamente estendia uma mão.
E então tudo se rompeu.
“Ora, Elena, como você está meiga,” disse uma voz, e a visão de Elena foi ofuscada por dourado. Era Caroline, seu cabelo castanho farto e lustroso, sua pele bronzeado com uma cor de bronze perfeita. Ela estava usando um vestido de lamê de dourado puro que mostrava uma inacreditável quantidade ousada de pele perfeita. Ela escorregou um braço nu pelo de Stefan e sorriu preguiçosamente para ele. Eles eram maravilhosos juntos, como um casal de modelos internacionais visitando um baile de ensino médio, muito mais glamurosos e sofisticados do que qualquer outro na sala.
“E esse vestidinho é tão bonito,” continuou Caroline, enquanto a mente de Elena corria no piloto automático.
Aquele braço possessivo casualmente ligado ao de Stefan dizia tudo à ela: onde Caroline tinha estado no almoço nas últimas semanas, o que ela estivera aprontando todo esse tempo. “Eu disse à Stefan que nós simplesmente tínhamos que parar por um momento, mas não vamos ficar muito tempo. Então não se importa se eu ficar com ele só para mim nas danças, se importa?”
Elena estava estranhamente calma agora, sua mente um zumbido vazio. Ela disse não, é claro que não se importava, e observou Caroline se afastar, uma sinfonia em castanho e dourado. Stefan foi com ela.
Havia um círculo de rostos ao redor de Elena; ela se virou deles e foi até Matt.
“Você sabia que ele vinha com ela.”
“Eu sabia que ela queria que ele viesse. Ela esteve seguindo-o na hora do almoço e depois da escola, e meio que se forçando nele. Mas...”
“Entendo.” Ainda presa naquela calma esquisita e artificial, ela escaneou a multidão e viu Bonnie vindo em sua direção, e Meredith deixando sua mesa. Elas tinham visto, então. Provavelmente todos tinham. Sem uma palavra para Matt, ela se moveu em direção à elas, dirigindo-se instintivamente ao banheiro das garotas.
Estava lotado com corpos, e Meredith e Bonnie mantiveram suas observações radiantes e casuais enquanto a olhavam com preocupação.
“Você viu aquele vestido?” disse Bonnie, apertando os dedos de Elena secretamente. “A frente deve estar presa com super bonder. E o que ela vai usar no próximo baile? Celofone?”
“Tiras,” disse Meredith. Ela acrescentou em voz baixa, “Você está bem?”
“Sim.” Elena pôde ver no espelho que seus olhos estavam claros demais e que havia um ponto de cor queimando em cada bochecha. Ela amaciou seu cabelo e se virou.
A sala se esvaziou, deixando-as em privacidade. Bonnie estava ocupando-se nervosamente agora com o laço de lantejoulas em sua cintura. “Talvez não seja afinal uma coisa tão ruim,” ela disse silenciosamente. “Quero dizer, você não pensou em nada além dele por semanas. Quase um mês. E então talvez seja para o melhor, e você pode se concentrar em outras coisas agora, invés de... bem, perseguir ele."
Até tu, Brutus? Pensou Elena. “Muito obrigada pelo apoio,” ela disse em voz alta.
“Ora, Elena, não fique assim,” Meredith interpôs. “Ela não está tentando te magoar, ela só acha que–”
“E eu suponho que você também acha? Bem, isso é ótimo. Eu simplesmente vou sair e achar outra coisa para me concentrar. Como outras melhores amigas.” Ela deixou ambas encarando-a.
Lá fora, ela se jogou em uma roda de cor e música. Ela estava mais resplandecente do que jamais esteve em um baile antes. Ela dançou com todos, rindo muito alto, flertando com todos os garotos em seu caminho.
Eles a estavam chamando para subir e ser coroada. Ela ficou de pé no palco, olhando para baixo para as imagens de borboletas brilhantes. Alguém lhe deu flores; alguém colocou uma tiara de imitação de diamante em sua cabeça.
Houve aplausos; Tudo passou como se fosse um sonho.
Ela flertou com Tyler porque ele estava mais perto quando ela saiu do palco. Então ela se lembrou o que ele e Dick tinham feito com Stefan, e quebrou uma das rosas de seu buquê e deu à ele.
Matt estava olhando da lateral, sua boca apertada. O par esquecido de Tyler estava quase às lágrimas.
Ela agora pôde cheirar álcool junto ao hálito de menta de Tyler, e seu rosto estava vermelho. Os amigos dele estavam ao redor dela, uma multidão gritando e rindo, e ela viu Dick colocar algo de um saco de papel marrom no seu copo de ponche.
Ela nunca esteve com esse grupo antes. Eles derem-lhe boas-vindas, admirando-a, os garotos rivalizando por sua atenção. Piadas voavam de todas as direções, e Elena ria mesmo quando elas não faziam sentido. O braço de Tyler circulou sua cintura, e ela só riu mais. De canto de olho ela viu Matt balançar a cabeça e se afastar. As garotas estava ficando estridentes, os garotos rudes. Tyler estava tocando seu nariz umidamente em seu pescoço.
“Tenho uma idéia,” ele anunciou ao grupo, abraçando Elena mais apertadamente para si. “Vamos à algum lugar mais divertido.”
Alguém gritou, “Como aonde, Tyler? A casa do seu pai?”
Tyler estava sorrindo, um sorriso grande, bêbado e imprudente. “Não, eu quis dizer algum lugar onde poderemos deixar a nossa marca. Como o cemitério.”
As garotas gritaram. Os garotos acotevelaram uns aos outros e fingiram socos.
O par de Tyler ainda estava de pé do lado de fora do círculo. “Tyler, isso é loucura,” ela disse, sua voz alta e fina.
“Você sabe o que aconteceu ao velho. Eu não irei lá.”
“Ótimo, então, você fica aqui.” Tyler pescou as chaves para fora de seu bolso e as chacoalhou para o resto da multidão.
“Quem não está com medo?” ele disse.
“Ei, eu estou pronto para essa,” disse Dick, e houve um coro de aprovação.
“Eu também,” disse Elena, clara e desafiando. Ela sorriu para Tyler, e ele praticamente a tirou do chão.
E então ela e Tyler estavam liderando um grupo barulhento e violento no estacionamento, onde estavam se amontoando nos carros. E então Tyler estava abaixando o topo de seu conversível e ela estava entrando, com Dick e uma garota chamada Vickie Bennett se espremendo no banco traseiro.
“Elena!” alguém gritou, de longe, da entrada iluminada da escola.
“Dirija,” ela disse à Tyler, tirando sua tiara, e o motor rosnou à vida. Eles queimaram pneu no estacionamente, e o frio vento noturno soprou no rosto de Elena.

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